Por vezes, há quem diga cantando o que em mim vou sentindo, cismando, lembrando... enquanto descubro e questiono este caminho incerto e sempre surpreendente que vou percorrendo, entre lágrimas e sorrisos, mais incertezas do que seguranças, mas a fé constante em que mesmo nos dias mais chuvosos o inesperado espreita e se encontra... algures...
Rosália, 17/10/2008
Composição: Mafalda Veiga
Ao longe vê-se a ponte
O céu que muda
Entre o princípio e o fim
Ao fundo vê-se um monte
De casas velhas
De cor entre ocre e carmim
Eu espero no tempo
Algum sinal teu
Enquanto a saudade aperta
Agarro-me ao mundo
Recolhe o que é meu
A ver se a vida se acerta
Naquilo que prometeu
Desenho no horizonte
Uma viagem
Que faço sem me mover
E passo sobre a ponte
Para outra margem
Onde pudesse perder
O peso dos dias
A dor do caminho
Que fica agarrada à pele
Se a vida voasse
Para além do destino
Como a cabeça nos voa
Numa folha de papel
A vida passa sempre
Tão apressada
Que pouco podes conter
Os dias são ausentes
Sabem a nada
Se te esqueceres de viver
Agarra o teu mundo
Acende os lugares
Onde se escondem os teus sentidos
E não tenhas medo
Se às vezes falhares
O que importa é o caminho
Que fica
Entre achados e perdidos
Os meus cantinhos