Não tens nome, razão ou identidade.
Não tens sexo, cor ou sequer idade.
Chegaste do nada e tomaste tudo.
Por quê?
Desconheço.
Para quê?
Não sei.
Até quando?
Um dia.
Até lá...
... a solidão.
Rosália, 29/08/2006
Quando tu não estás, tudo parece acontecer...
Uma gripe em pleno Agosto é algo que não lembra a ninguém :((.
Vou tentar voltar em breve!
Até lá... Fiquem bem!
"Há sempre alguém que nos diz tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Aaahh Saudade"
Trovante - Saudades do Futuro
No coração ninguém manda; na razão, depende.
Na alma, quem governa a não ser o que se sente?
Se está certo ou errado não sei.
É o que sinto.
Agora
Neste momento.
Ainda antes de partires, muito depois de teres regressado.
Saudades.
Rosália.
Foi então, na luz ténue e pálida de uma noite mal iluminada, que as tuas asas de anjo desceram sobre mim e me elevaram para fora deste leito frio e sem graça onde tentava inutilmente repousar.
Levaste-me e elevaste-me, num voo tão subtil quanto gracioso, mostrando-me mil estrelas e cometas, constelações diversas, um Universo infinito de sonhos e possibilidades...
Não ocultaste a tua natureza complicada e eternamente fugidia, mas alimentaste o sonho de um futuro distante em mim.
Nas tuas asas, o mundo onírico ganhou uma outra dimensão, quase mais forte do que a própria realidade. Nela vivi, retemperei forças e repousei de uma realidade nua e crua que teima ainda em fazer parte do meu quotidiano...
Nada é eterno e chegou a altura em que me devolveste ao leito, aquele em que, prometeras, havias um dia de repousar ao meu lado, fazendo-me viver mil voos de liberdade e prazer, imersa num mundo a explodir de sentidos, ao delirar com a doçura do teu toque, ouvir a tua voz doce e serena, ver o teu olhar que espelha o céu e o mar a cada novo despertar, inspirar o teu aroma suave e pleno de frescura, saborear enfim o gosto do teu beijo que ainda hoje desconheço...
Ao pousar sobre os lençóis, apreender a sua frieza e alvura, vislumbrei por fim que as tuas asas de anjo se esfumaram e eu fiquei tão só quanto sempre estive, apenas embalada naqueles breves instantes pelo doce engano do que pensei ser real...
Rosália
O som das gotas a embater na calçada ergue-se pelo ar e o cheiro a terra molhada entra sem pudor pelas frestas das janelas abertas... Escuto o trânsito que teima em circular lá fora, mesmo a estas horas tardias, e vejo o tempo passar, célere e impiedoso, sem pausas nem intervalos...
Recordo-te a cada instante e na música encontro o refúgio para a tua ausência...
Nas pétalas das flores de um jardim que apenas existe em mim, cada gota é uma lágrima de saudade e um acorde perdido na partitura de uma canção que teimo em relembrar...
E FOI DEZEMBRO
E foi dezembro
Dito
Em tua voz
Que as minhas mãos
Colheram
Devagar.
E foi dezembro
Escrito
Quando a sós
Tudo disseste
Quase
Sem falar.
Foi um palco
Vazio
A acontecer
No frio
Que se ergueu
Dentro de nós.
Uma distância
O mar
Que se estendeu
A separar da minha
A tua mão.
E foi dezembro
Inteiro
A anunciar
A solidão
Dos dias
Por nascer.
E foi dezembro
À chuva a reviver
As pedras
E os rios
E os luares.
Os nomes
Que vestiam
Os lugares
E os sonhos
Repartidos
Que não fomos.
A coragem
Nascida
De aceitar
A verdade de ser
O que hoje somos.
E foi dezembro
Vivo
Na roseira
Despida
No silencio
Do jardim.
E foi dezembro
Ainda na cegueira
Das asas de uma ave
Que há em ti.
Foi um tempo
De amantes
A aprender
Que não deve esquecer-se
O verbo amar.
Ou um inverno
Apenas
A perder-se
Da primavera
Do primeiro olhar.
Letra: Soledade Martinho Costa
Música: Luís Represas
Curioso como uma canção que tem quase, quase a minha idade não perde o seu lugar neste tempo que continua a evoluir e transmite tão bem ou melhor ainda tudo quanto se sente e, às vezes, se cala na solidão de uma noite mais inquieta...
Canção de Engate
(António Variações)
Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Refrão:
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que tu te dás
Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada
Refrão (3x)
Dizem que do longe se faz perto, mas nem sempre é tão fácil assim.
Alturas há em que a distância relativa torna a proximidade na causa do maior afastamento.
Seja qual for a situação, uma coisa é certa: Sinto muito a tua falta...
Beijos :*)
Rosália.
Para dizer...
Vou só ali tratar de umas coisas, mudar outras tantas e pintar umas quantas paredes e outros tantos objectos sem graça que precisam de uma nova vida e já, já estarei aqui para voltar (se tudo correr bem) a fazer aquilo de que tanto gosto... escrever... apenas e só escrever.
Pelo caminho deixo a notícia da conclusão (ainda à espera da última avaliação!) da pós-graduação que empreendi no último ano lectivo e que me valeu parte desta ("loooooonga") ausência...
É só mais um bocadinho, está bem?
Até lá, boas férias para quem delas usufrui; bom trabalho para quem (como eu!) o desempenha laboriosamente no seu quotidiano e muito sol, céu azul e dias felizes para todos :)...
Ah... E antes que me esqueça (além disso, os últimos são sempre os primeiros): Um xi-coração cheio de amizade e carinho para todos quantos estiveram ao meu lado, das mais diversas formas, ao longo destes últimos meses mais complicados. Estando perto ou longe, todos têm um cantinho bem guardadinho neste coração que teima em bater a cada nova golfada de ares da serra e maresia intensa.
Vocês sabem quem são! Desculpem qualquer coisinha... em especial a falta de notícias. Vou tentar redimir-me!!! Palavra de Escorpiã ;).
Fiquem bem.
Rosália :*).
Os meus cantinhos