Assim é a saudade de ti que mora dentro de mim.
Na lembrança das tuas últimas palavras, que proferiste no embalo do meu abraço, deixa-me que te diga:
- Gosto muito de ti Mãezinha.
Hoje e sempre.
Vive.
No meu coração. Na minha memória. No meu ser.
Em memória de Maria de Fátima S. C. de Sousa
(17/05/1948 - 29/10/1999)
Gota a gota cai a chuva de um céu cinzento e pesado como chumbo. Aqui, no calor do meu lar, aconchego-me enquanto conto os minutos que me separam do fim deste último período de férias que pareceu passar no voo célere de um qualquer pássaro.
Foram dias alegres e tristes, com surpresas boas e outras tantas preocupações. Durante duas semanas, esqueci o trabalho e dei folga à inspiração para escrever. Agora, ei-los que regressam novamente, prestes a enfrentar um novo futuro que se adivinha desconhecido...
Ao ver a chuva cair lá fora, sinto o meu rosto molhado e estaco. Dou-me então conta das lágrimas que rolam pelo meu rosto. Estaco. Compreendo. Choro afinal pela perda do que julguei ter recuperado, enquanto sorrio pela descoberta deste caminho já não tão novo assim que volto a trilhar e, mesmo que insegura e incerta, sei que de alguma forma atingirei a minha meta e, enfim, o equilíbrio.
Sem ti, faltar-me-á alguém a quem me dirigir quando as palavras faltarem e a voz for apenas uma recordação. Contigo, sei que nunca caminharia de novo. Aqui, estarás sempre no meu coração e na minha vida, embora já não no meu dia-a-dia.
Amo-te, sim... Contudo, amar é também saber que há caminhos de um amor de amizade feito, que se trilham a par e passo mas não já no mesmo percurso.
Amo-te... mas já não posso mais. Algo tem de mudar.
Como o tempo lá fora.
Rosália, 22/10/2006
Passeando por aqui, descobri este teste...
Confesso que nem sou muito dada aos ditos, ou pelo menos à publicação dos mesmos... mas hoje apeteceu-me :)...
Obrigada pela inspiração!
Who Should Paint You: Pablo Picasso |
![]() Only a master painter could represent your glorious contradictions |
(imagem do filme Autumn in New York)
Porque esta vida é curta demais para ficar parada a ver o tempo passar e esperar que as coisas aconteçam apenas por si.
Porque o tempo é cada vez menos para ousar ter a leviandade de deixar para trás tudo o que sinto ser importante para mim...
Porque cada segundo contido num mero minuto de uma simples hora conta para pensar em quem me fez chegar até aqui, ser o que hoje sou e mostrar isso mesmo com convicção e orgulho em mim mesma.
Porque me ensinaste a sorrir sempre... mesmo que a tristeza impere.
Porque não sei o dia de amanhã...
Porque não quero nunca que seja tarde demais para te dizer: Amo-te.
Rosália, 02/10/2006
Os meus cantinhos