Daria o Mundo por um momento contigo, pelo prazer de te abraçar novamente, tocar-te e sentir-te em mim, envolta no calor do teu corpo sob a miríade do teu olhar infinitamente azul.
Daria o Mundo por um momento sem ti, pela calma de uma decisão tomada, a quietude de uma nova vida a definir-se, o aconchego de uma serenidade e de um equilíbrio há muito desejados.
Daria o Mundo para saber o que fazer, porque não sei.
Rosália, 28/02/2007
Manhã primaveril, ainda um pouco cedo para um fim-de-semana que se adivinha um pouco agitado. Sob um límpido céu azul, desfrutando o calor de um sol radioso, sinto na pele as carícias irrequietas da brisa que teima em brincar ao sabor de correntes leves e indefinidas.
É num instante assim que os meus olhos encontram os teus e descubro um novo mundo de afectos e sensações que nunca havia vivido. Dás-me a conhecer toda uma nova perspectiva, entre o caos e a harmonia. Fazes-me crescer e querer ser melhor.
Sinto a empatia mútua, o interesse comum, o encanto que nos transmitimos, a vontade e o desejo enorme de estarmos juntos uma outra vez além da última.
Aprecio cada segundo que me é permitido passar junto a ti, tentando reter cada instante na minha memória, gravando o calor de um novo sentimento, maior e mais forte, indefinido mas seguro, que cresce e se fortalece dentro de mim.
Manhã de Inverno, perdida entre o cinzento que teima em perdurar e escurecer o céu que procura, em vão, alguma luminosidade. Sob as nuvens pesadas de chumbo da chuva que não cai ainda, perco-me no infinito de não saber como ou para onde dirigir agora os meus passos.
É num momento assim que busco refúgio no meu abrigo de eleição, junto ao mar revolto e ao ruído quase ensurdecedor das ondas que se erguem, revoltas, antes de embaterem violentamente, à imagem de toda a mágoa e angústia que sinto dentro de mim, contra as sólidas e ainda assim impotentes rochas que firmam as escarpas da falésia há tanto tempo familiar aos meus sentidos.
Relembro cada segundo que me foi permitido passar junto a ti, tentando esquecer cada instante guardado na minha memória, apagar o calor de um sentimento que morre lentamente, definido mas inseguro, que diminui e enfraquece dentro de mim.
Sei que seria o melhor para mim, mas não consigo esquecer e muito menos apagar da minha memória e do meu corpo os momentos vividos a teu lado. Tenho saudades tuas. Muitas. Imensas.
Sei que o melhor é esquecer-te e prosseguir.
Continuo.
Não te esqueço.
Rosália, 28/02/2007
Assim é a cor onde mergulho o meu ser, de pensamentos e alma feito, deixando-me contagiar pela calma transparente dos dias que passam.
Zunido suave que me embala pelo dia fora, levando-me para longe da balbúrdia do quotidiano incerto.
Um barco ao sabor das ondas, assim se transforma o meu corpo, vagueando nesta rota incerta e desconhecida que é a vida.
Lamento doce este que me acolhe e carrega, ao som do qual renasço e onde encontro forças para todos os fantasmas exorcizar. Vivo!
Rosália, 27/02/2007
Deixo que os meus pensamentos corram, soltos e fluidos, ao sabor das ondas que se quebram contra as rochas.
Liberto-me.
Solto-me.
Ergo-me.
Rosália, 26/02/2007
Foge.
Esconde-te por entre as palavras que não ousas proferir na minha cara, redigindo-as no abrigo onde te acolhes.
Foge.
Leva contigo o medo das decisões por tomar, a inquietude de uma vida que o não é, o tempo que não pára.
Foge.
Refugia-te na cobardia que nunca esperei de ti.
Foge.
A desilusão é assim completa.
Rosália, 25/02/2007
MENTIRA!
Só pode ser MENTIRA!
Não acredito em ti! MENTIRA!
Tiraste-me tudo, esvaziaste-me de mim. MENTISTE!
MENTIRA!
O que mais dói foi ter acreditado em ti, foi ter acreditado em NÓS!.
Um nós que mais não era do que MENTIRA!
Odeio-te.
Odeio-me por te amar.
Odeio-me por amar a verdade que me fizeste crer ser real.
MENTIRA.
Quem dera fosses tu também uma mentira na minha vida.
Seria tão mais fácil esquecer-te e não sentir esta dor que teima em perdurar.
MENTIRA.
A insustentável contradição de um sentimento é a angústia que mora em mim, entre desejar ter-te aqui e ansiar por me libertar deste amor que me tomou refém e deixou prisioneira do que, aparentemente, nunca existiu.
O paradoxo de te amar e odiar ao mesmo tempo domina o meu pensamento, o meu viver. Procuro abstrair-me, fugir, deixar para trás a lembrança de ti, mas tudo me faz recordar-te com uma vivacidade invulgar, uma memória presente e sentida, que dói na saudade que tenho de te olhar, de te escutar, de te sentir.
Amo-te. Quero-te. Desejo-te.
Odeio-te. Liberta-me.
Rosália, 22/02/2007
Gosto de estar assim, perdida em mim mesma na envolvência do silêncio nocturno apenas quebrado pelo canto da chuva.
Calma. Quietude. Tranquilidade. Serenidade.
Momentos preciosos estes em que retempero as forças despendidas ao longo do dia, em que me encontro novamente e defino uma vez mais o meu rumo, corrijindo rotas e eliminando atalhos ou percursos mal calculados.
Enrosco-me um pouco mais na cadeira. Sinto o calor de um ronronar meiguinho no colo e deixo-me embalar pela melodia que o vento traz.
Agraciando o conforto de que disponho, recosto-me um pouco mais e deixo-me levar.
Em breve estarei nos braços de Morfeu.
Gosto de estar assim, perdida em mim mesma na envolvência do silêncio nocturno apenas quebrado pelo canto da chuva.
E tu?
Gostarás?
Rosália, 21/02/2006
Para bom entendedor, será sem dúvida...
Fácil de Entender
(The Gift)
Talvez por não saber falar de cor, Imaginei
Talvez por saber o que não será melhor, Aproximei
Meu corpo é o teu corpo o desejo entregue a nós
Sei lá eu o que queres dizer, Despedir-me de ti
Adeus um dia voltarei a ser feliz
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei, o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
Talvez por não saber falar de cor, Imaginei
Triste é o virar de costas, o último adeus
Sabe Deus o que quero dizer
Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou,
e se ao menos tudo fosse igual a ti
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
É o amor, que chega ao fim, um final assim,
assim é mais fácil de entender
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
"Take me. Pick me. Choose me."
Meredith Grey (Grey's Anatomy)
Estas poderiam também ser as minhas palavras.
Possui-me.
Toma-me.
Escolhe-me.
Arrisca.
Descobre-me.
Encontra-me.
Rosália, 18/02/2007
Os meus cantinhos