... o quanto dói esconder o que realmente sinto?
Rosália, 26/03/2007
(Skye)
Sit down, give me your hand
I'm gonna tell you the future
I see you, living happily
With somebody who really suits ya
Someone like me
Stand still
Breath in
Are you listening
You don't know
Somebody's aching
Keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Break down. Give me some time
I don't want the fear to confuse ya
Right now, it's so wrong
But maybe it's all in the future with
Someone like you
Stand still. Breath in
Are you listening
You don't know
Somebody's aching. Keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Maybe truth, maybe lies
Made me want you
Maybe dumb, maybe wise
I don't know
Somebody's aching
Keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
You don't know
Somebody's hurting
Holding it all in
Somebody can't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Love show
Letting your love show
Apenas um toque.
Tudo o que mais quero.
Tudo o que mais desejo.
Como dói esta saudade dentro de mim.
Rosália, 24/03/2007
... muito, pouco ou nada.
Em cada pétala o pensamento, a saudade, o sentimento.
Mal me quer, bem me quer...
A tristeza de te não ver, a promessa vã de te encontrar.
... muito, pouco ou nada.
Queria abraçar-te, sentir-te, tocar-te.
Mal me quer, bem me quer...
Queria ter-te aqui.
... muito, pouco ou nada.
Mal me quer, bem me quer...
O que quererás tu?
Muito, pouco ou nada?
Rosália, 22/03/2007
Subitamente, perco-me no jardim, por entre canteiros repletos de flores, cujas cores vivas e brilhantes anunciam uma vez mais o recomeço de toda a Vida na Terra. Ao largo, os troncos e ramos das majestosas e imponentes árvores, quase todas mais velhas do que eu, cobrem-se de pequenos e verdes rebentos. Quando era pequenina, a minha mãe contemplava-os e dizia-me que, na sua infinita sabedoria, a mãe-Natureza mostrava assim ao Homem que na vida tudo tem um começo e um fim. Confesso que, na altura, pouco ligava a tais palavras, mas relembro-as muitas, muitas vezes e reconheço-lhes aquela razão que só sabemos existir quando quem no-la transmitiu quase sempre já não está entre nós.
É entre cores floridas e verdejantes que contemplo também as crianças que, felizes e exuberantes, brincam livremente sob um sol cálido e acolhedor e o olhar embevecido de quem as acompanha. Possuem uma energia que parece não terminar nunca. Riem, gritam, correm, saltam, balouçam, pulam. São crianças e, tal como as novas flores e os pequenos rebentos, também elas me lembram o que já fui e o que hoje sou, por entre um travo agridoce e uma pontada de saudade quando recordo o olhar terno e carinhoso de quem me acompanhava e já não está comigo aqui, ao meu lado.
Por momentos, perco-me de mim e a minha alma vagueia. O meu olhar vai além da candura e fragilidade das flores do canteiro que me está mais próximo e encontra o azul do céu, numa lembrança sentida da cor do teu olhar meigo que já não vejo há muito. Como gostava de poder estar agora contigo, partilhar este momento de paz e tranquilidade, sentir a serenidade do ar, poder...
- Tia! Tia, vem empurrar-me no balouço! - A vozinha da I., do alto dos seus quase seis anos, arranca-me ao breve torpor que, por momentos, me levou para bem longe.
- Tamém quéio! - reclama o R., meia-leca de três anos cuja energia não se esgota. - Tamém quéio!
- Sim, meus amores. Vá, venham lá. Com juízo! - Por momentos, tudo volta à normalidade.
Ou não!
- I. não puxes o mano! R. não empurres a mana! Meninos...
Rosália, 21/03/2007
... mergulho no oceano infinito da minha alma e, em cada gota, encontro o reflexo das saudades que tenho de ti na lembrança da cor do teu olhar.
Sinto a tua falta.
Rosália, 20/03/2007
Faz já muito tempo que partiste. Duas décadas que mais parecem um simples virar de página numa vida tão pequena e já tão cheia de histórias para contar como é a minha.
Não raras vezes sinto a falta de te ter conhecido melhor, de ter podido saber mais sobre ti, por ti e não pelas vozes de outros, de ter podido ver-te sorrir mais vezes.
Lembro-me de ti a levares-me ao cinema, a ofereceres-me livros de banda desenhada, a ensinares-me a jogar xadrez e divertirmo-nos imenso os dois a jogar (nunca mais joguei, sabes?), a pescar na companhia do Avôzinho.
Lembro-me de ti a sorrir.
Hoje como há já quase 21 anos não esqueço o momento em que a saudade começou em mim.
Hoje como há quase 21 anos continuas a viver dentro do meu coração, eternamente nas minhas poucas mas muito preciosas recordações de menina agora mulher que te ama muito e sabe que por mim serias capaz de tudo.
A mãezinha dizia que, se eu te pedisse a Lua, ias ao céu buscá-la.
Como já aí estás, não ta vou pedir. Deixa-a brilhar e embelezar a noite de todos nós.
Ofereço-te o azul dos oceanos, dos rios, dos lagos, das lágrimas das saudades que muitas vezes ainda choro quando recordo o teu sorriso lindo.
Dizem que o meu é igual. Será? Não sei.
Apenas sei uma coisa muito simples: Adoro-te Paizinho.
Tenho saudades tuas mas sei que, onde quer que estejas, deixaste para trás todo o sofrimento. Espero que alcances a luz e que, um dia, te orgulhes muito, mas mesmo muito de mim.
Feliz Dia do Pai.
Um beijinho da filha que te ama muito,
Rosália, 19/03/2007
Imagem cristalina esta que fixo em mim, na tristeza de um olhar perdido na lembrança fugidia de ti.
Não ouso chorar, mas eis que uma lágrima rebelde teima em dançar vertiginosamente, ameaçando deslizar sobre o meu rosto a qualquer instante e quebrar toda a minha força aparente, aquela que julgavas ser impenetrável.
Olha-me. Sente-me. Toca-me.
Não quero chorar.
Não vou ceder.
Vou teimar.
Até quando ficaremos assim?
Rosália, 19/03/2007
Sob um céu límpido e brilhante, sinto na minha pele a dança inebriante da brisa, que teima em brincar com os traços do ténue calor que desperta em mim, como se o próprio Sol, imponente e austero, me embalasse gentil e suavemente.
Por instantes, vejo-me obrigada a regressar à realidade. Olho o ecrã que se iluminou e escuto a melodia que toca e se perde por entre os ruídos do resto do mundo, que continua a sua marcha imparável fora de mim, enquanto no meu interior tudo pára, ao encontrar o teu nome na formação das letras que insiste em fazer-te chegar até mim.
Esqueço o azul, o calor, a brisa. Toda eu me transformo então e assumo a postura daquela que não sou. Torno-me fria, implacável. Amordaço todo o meu ser e todos os sentimentos, escondendo-os sob um manto impenetrável de indiferença credível, com o qual habilmente mascaro a minha voz. Em breves momentos, ouço-te e, ainda que sinta as feridas da saudade a surgir, escondo-as. Recolho-me em mim, como se à concha tornasse. Fim.
A máscara cai. Os olhos, escondidos sob as lentes que deveriam traçar melhor a realidade que me é exterior, que ainda há pouco assumiam uma expressão concentrada e centrada na não revelação do que realmente vive em mim, estão agora húmidos e apenas a habilidade da ilusão faz com que as lágrimas não corram soltas e finalmente libertas da sua prisão que sou eu. Retenho-as uma vez mais e prossigo como se nada fosse.
Iludo-me para não pensar em ti, procuro não lembrar a tua presença, o teu eu, o teu olhar, o teu toque. Silencio-te no calor da tua voz que não quero ouvir para não chorar mais.
Porém, é como se o azul do céu desmaiasse um pouco, a brisa se tornasse subitamente num vento frio que me incomoda e o Sol já não me embalasse, antes se escondesse, fazendo-me correr para o tentar alcançar.
Refugio-me dentro de mim e imagino-me exposta à força dos elementos, na beira de um qualquer areal, onde pudesse recolher-me a uma concha e perder-me ao sabor da maré, escutando as ondas tão perto e tão longe, deixando-me levar pelo grito silencioso da falta que sinto de ti.
Olho o horizonte.
Escutar-te-ei? Não sei.
Olhar-te-ei? Não sei.
Sentir-te-ei? Não sei.
A voz do meu silêncio é mais ruidosa do que tudo o resto.
A voz do meu silêncio são estas palavras.
A voz do meu silêncio és (tantas vezes) tu.
Rosália, 18/03/2007
Os meus cantinhos