Deixo-me levar pelo vento, arrastada pelo tempo.
Vou vergando perante os golpes dos ramos e das pedras onde embato, fugindo dos animais que me perseguem, amachucando-me e tentando passar despercebida, até de mim mesma.
Procuro esquecer os golpes que as tuas palavras imerecidas infligem na minha pele já ressequida de mágoas há tanto suportadas e sinto estalar o fim de uma paciência que se esgota a cada nova birra ou mania.
Ouso desejar desaparecer de ti e de mim, do Mundo enfim...
Ainda assim, teimo e permaneço, pois há flores que dependem do meu ressurgimento, seja como folha ou até como árvore.
"As árvores morrem de pé!", exclama alguém.
Quem sou eu, então, para contrariar tal sabedoria?
Rosália, 03/03/2008
Os meus cantinhos