Há 11 anos, abracei-te uma última vez e, ao ouvido, segredei o quanto te amava.
Depois, lavei-te, vesti-te e acomodei-te o melhor que pude e consegui.
Custou-me muito deixar-te ir, partir, assim, de repente, depois de tantas batalhas travadas, num esforço que pareceu então tornar-se inglório perante o desenlace final.
Agora, 11 anos depois, abraço-te a cada dia na minha memória, enquanto sinto, ao ouvido, a tua voz segredar-me o quanto me ama.
Arranjo-me, visto-me e aconchego-me o melhor possível, enquanto me sento no sofá e recordo o teu sorriso, o teu cheiro e o teu calor.
Custa-me muito que aqui não estejas fisicamente, depois de tudo quanto juntas vivemos e partilhámos, mas sei que vives em mim até ao meu momento final.
Minha mãe, hoje e sempre, estás sempre em mim, no meu coração.
Rosália, 29/10!2010
"Cada doido com sua mania." Ditado popular, provérbio ou simplesmente cliché, esta frase sempre foi dita e escutada cá por casa. Como quem sai aos seus não degenera (ou se calhar até sim), pois que também tenho algumas manias... e a que mais comentários suscita e mais piadinhas arrecada é, sem dúvida, a que diz respeito às molas da roupa.
Sim, podia ser por eu lavar a louça sempre pela mesma ordem (primeiro os copos, depois os pratos, depois os plásticos e/ou tachos e só no fim os talheres), ou por gostar de, ao pôr a mesa, ter sempre uma disposição harmoniosa do que por lá está (centrar os motivos, arranjar os guardanapos sempre dobrados da mesma maneira, colocar as facas sempre com os gumes virados para dentro...), ou por ser incapaz de ir tirando peças da máquina de lavar roupa e estendendo logo (tenho de tirar tudo para um alguidar e separar tudo por camisas, camisolas, roupa interior, peças grandes, peças pequenas...) ou, por, simplesmente, gostar de fazer as coisas à minha maneira e detestar que me "troquem as voltas"... Podia ser por tudo isto e muito mais. Pois podia, mas não é!
Cá em casa há uma solene embirração jocosa com a mania das molas da roupa: os pares (trios, no caso de peças maiores ou de dias mais ventosos) têm de ter as peças todas da mesma cor. Uma mola amarela emparelhada com uma mola azul? Uma mola verde com uma vermelha? Cruzes, credo (não quero ofender os canhotos, está bem?)!
Cá em casa, a roupa é estendida por ordem mas, o mais importante de tudo, com molas iguaizinhas, da mesma cor e, as mais antigas, queimadas pelo sol por igual!
Manias? Tenho algumas... mas ninguém me bate com as molas da roupa! (O que equivale a dizer que quem a estende sou quase sempre eu ou corremos sérios riscos de fazer "muito barulho por nada" (W. Shakespeare).
PS: É nisto que dá estar com insónias, em frente a um computador, à uma da matina e toda dorida de mais uma sessão fabulosa (ao contrário) de falta de ar e afonia (regressei hoje ao trabalho, impecável e supostamente curada... meia hora depois de estar a conviver com o ar condicionado, perdi a voz! Tão bom, não é? Vai na volta, ainda dizem que é mania, isto de querer ir trabalhar e não me deixarem...).
Quem me conhece, já sabe bem da (pouca) paciência que tenho para estar doente!
Agora, imaginem estar com uma infecção respiratória que decidiu ser mais teimosa do que eu! Ah, pois é!
Desde há três semanas que não sei o que é não ter febre e/ou dores no corpo, aos quais se somam falta de ar e afonia ocasional (regra geral, quando tenho alguém - que não de quatro patas - para me fazer companhia e conversar um pouco).
Se somarmos a isto as notícias (pouquíssimo) agradáveis que me têm chegado da empresa onde trabalho, mais ainda do departamento onde exerço as minhas funções, obtemos o cocktail perfeito para quem está em casa, sem nada poder fazer, doente por causa da má manutenção e do péssimo funcionamento do ar condicionado das instalações em questão!
Valham-me por isso os meus companheiros de quatro patas, a minha paixão pelo ponto de cruz, os meus cantinhos blogueiros preferidos e, claro, a paciência do meu amor (que a tem tido em doses industriais, porque não sou uma doente nada fácil!).
Já vos disse que não gosto mesmo nada de estar doente? Bah!
… ou da falta de actualidade do mesmo.
É bem verdade que este meu canto tem estado ao abandono de há alguns meses a esta parte. Se alturas houve em que tal podia ser mau sinal, desta feita, porém, deixem-me esclarecer que isso não se verifica, felizmente.
Alturas boas e más todos temos e 2010, ainda que seja demasiado cedo para balanços, não tem sido um ano particularmente fácil. Contudo, como dizia a minha Mãe, “não há bem que sempre dure, nem mal que se não acabe” e, felizmente, as coisas boas não têm faltado, ainda que possam ser invulgares perante os desejos mais comuns de quase todos nós.
Se é verdade que, profissionalmente, este ano tem sido dos mais “negros” desde que ingressei na minha profissão e, em particular, na área em que trabalho desde os idos de Junho de 2006 (incluindo um layoff de seis meses, que não foi além do primeiro mês e meio...), não o é menos que aprendi, uma vez mais, que há vida além do horário que procuro cumprir escrupulosamente (ao minuto!) e que o mais importante desta está, de facto, fora das paredes onde me encontro enclausurada oito horas por dia.
Assim, em 2010, a minha vida, aquela com V maiúsculo, tem sido plena de coisas boas, às quais dou cada vez mais valor e me entrego sem reservas, pois são elas que me dão força, me fazem continuar e seguir em frente, mesmo quando tudo o resto parece não ter sentido ou nem mesmo futuro. São elas que me permitem acreditar e sonhar.
De uma reviravolta inesperada que trouxe muito mais vida e cor e, acima de tudo, companhia e família ao meu dia-a-dia (vamos esquecer o “filme” das mudanças e da casa que ainda não está arrumada, está bem?) aos meus companheiros de quatro patas que me enchem de alegria (e me dão cabo da paciência, quando decidem asneirar todos ao mesmo tempo... parece que combinam!), passando pela bênção da excelente recuperação de um amigo que apanhou um susto “daqueles” e pela companhia (e nunca menos importante) daqueles Amigos (assim mesmo, com A maiúsculo) que são a constante da minha vida e, afinal, também a minha Família, 2010 tem sido um ano pleno de alegria.
Novos escritos? Provavelmente.
Projectos futuros? Alguns, passando também por este outro cantinho.
Contratempos? Muitos.
Dúvidas? Mais do que aquelas de que me consigo lembrar enquanto escrevo este post.
Certezas? Uma só (mas assente em tantas outras): Sou Feliz.
Até breve.
Após este título, não será por demais difícil ou trabalhoso averiguar qual o livro de que vos falei aqui e que tanto me tem entusiasmado. Ou será? Veremos...
Desde que me lembro de mim, os livros sempre fizeram parte da minha vida, sendo, em determinada altura, parte indissociável da mesma. O período de leitura nocturno era A regra. Depois, comecei a trabalhar e aquela, rápida e tristemente, passou a excepção, mormente porque a própria profissão a isso conduziu.
Como quase todos os que por aqui passam sabem (os outros ficam a saber), sou revisora editorial e gráfica (também desempenho algumas funções na área de edição). Adoro o meu trabalho, em especial desde que o faço junto do departamento de livros da empresa onde exerço funções.
Embora nem sempre concorde (quase sempre, a bem da verdade) com o processo de trabalho que ali foi instituído, tento superar todas as contrariedades alicerçando-me em dois pontos muito importantes para mim: (1) Tenho trabalho (nos dias de hoje...); (2) Tenho a sorte de poder fazer aquilo de que gosto (não de todo, mas em grande parte) numa área que sempre me fascinou e sobre a qual gostaria de aprender até ao fim dos meus dias.
Contudo, ao fim de um dia de trabalho, confesso que o cansaço de passar as horas anteriores envolta num sem-fim de caracteres, nem sempre muito ordenados, deixa-me com pouca aptidão ou uma vontade quase nula de dedicar a minha atenção a outros tantos, embora de natureza diferente e alvo de cuidados diversos.
Há algum tempo, falei-vos desta minha paixão por livros e pelo manuseio dos mesmo, despertada por uma leitura memorável, que então me deixara rendida (lembram-se disto?). Hoje, a minha fúria é outra e dá por este nome...
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Este romance foi revisto por um dos primeiros operacionais da Al-Qaeda." in Gradiva
Um casal amigo, a quem muito estimo, teve a enorme gentileza de me oferecer um exemplar por ocasião do meu último aniversário. Não poderiam ter escolhido melhor!
Não conhecia, de todo, a escrita do autor, tanto em termos de estrutura como de vocabulário. Andava, há já algum tempo, a “namorar” alguns dos títulos da sua autoria, mas ainda não tivera a oportunidade de me deleitar com qualquer deles.
Assim, deparar-me com um discurso fluido e simples, até mesmo nas suas enumerações e acepções mais sinuosas ou, quiçá, intrigantes; uma estrura bem delineada, simples e cativante; um texto fácil, mas complexo em toda a sua riqueza, destacando-se um cômputo de informação cuja abrangência nos deixa, ao reflectirmos na mesma, quase literalmente esmagados... é ter perante mim o livro ideal, aquele que me distrai mas com o qual tenho a oportunidade de enriquecer-me. Essa é uma mais-valia ímpar da escrita de José Rodrigues dos Santos, que só agora descobri.
Diz-se que “vale mais tarde do que nunca” e talvez seja verdade. Como tal, espero ter oportunidade para, uma vez concluída esta leitura, desvendar os restantes volumes deste autor.
Para fazer algumas renovações, seja na nossa vida ou tão-somente num espaço que nos é querido, como me é este cantinho.
As linhas gerais são as mesmas, mas a tão adiada migração tornou-se imperativa após algumas tentativas falhadas de publicação e um grande susto, durante o qual cheguei a temer ter perdido um dos mais preciosos refúgios, onde encontro sempre abrigo para a minha alma, o meu ser.
Sejam bem-vindos ao "renovado" Escrevo Apenas!
Bom fim-de-semana!
Os meus cantinhos