De repente, todo o meu mundo desabou e a verdade acreditada desde que me lembro de mim estilhaçou-se em mil pedaços, de tal forma quebrada que se torna impossível reconstruí-la. Ainda assim, valeria a pena? Eram apenas mentiras, aparências, enganos e decepções contínuas que, no seu todo, podem ter ajudado a formar a pessoa que hoje sou, mas não me tornam em mim, nem fazem mais parte de mim (se é que alguma vez fizeram) precisamente por não serem reais e, agora, vejo-as como tal. prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
A minha realidade, de há uns dias para cá, sou eu. Com todas as minhas virtudes. Com todos os meus defeitos. É em mim que se centra este percurso que é a vida e que tenho novamente de aprender a trilhar, mas desta vez deixando para trás todo o peso de um passado que carrego há já tempo demais e que em nada me ajuda quando chega a altura de ultrapassar os obstáculos que vão surgindo, antes me atrasa e impede de ir ainda mais além de mim, do que sei ser possível alcançar por e para mim.
Sei que não basta afirmar e estipular. Há que cumprir e perseguir todos os objectivos deste novo rumo. Se tenho dúvidas? Muitas. Se tenho medo? Imenso. Contudo, ainda que o não evidencie, seja pelas atitudes ou pelas acções, sei bem demais que não hão-de ser esses os motivos para estagnar e deixar de viver, como já o fiz, durante demasiado tempo.
Promessas leva-as o vento e entradas de leão, saídas de cordeiro são dois dos provérbios que mais acompanharam o meu crescimento e a formação daquela que hoje sou, da minha personalidade, portanto. Durante muito tempo, sempre que tentei algo novo, foram estas as palavras de incentivo. Agora, não as ouço mais e, ainda que possa parecer cruel, ainda bem.
Independentemente do rumo a trilhar, sei que desta vez vou conseguir. Se não for mais depressa, será mais devagar, a seu tempo, no tempo (se calhar finalmente) certo.
Sou eu. É a minha vida. Vivê-la por e para mim é a meta.
Um dia, quem sabe, o resultado de todo este percurso talvez também tenha aqui o seu lugar.
Essa é uma incógnita na certeza do que é viver.
Eu vivo.
Rosália, 08/05/2007
Os meus cantinhos