Faz já muito tempo que partiste. Duas décadas que mais parecem um simples virar de página numa vida tão pequena e já tão cheia de histórias para contar como é a minha.
Não raras vezes sinto a falta de te ter conhecido melhor, de ter podido saber mais sobre ti, por ti e não pelas vozes de outros, de ter podido ver-te sorrir mais vezes.
Lembro-me de ti a levares-me ao cinema, a ofereceres-me livros de banda desenhada, a ensinares-me a jogar xadrez e divertirmo-nos imenso os dois a jogar (nunca mais joguei, sabes?), a pescar na companhia do Avôzinho.
Lembro-me de ti a sorrir.
Hoje como há já quase 21 anos não esqueço o momento em que a saudade começou em mim.
Hoje como há quase 21 anos continuas a viver dentro do meu coração, eternamente nas minhas poucas mas muito preciosas recordações de menina agora mulher que te ama muito e sabe que por mim serias capaz de tudo.
A mãezinha dizia que, se eu te pedisse a Lua, ias ao céu buscá-la.
Como já aí estás, não ta vou pedir. Deixa-a brilhar e embelezar a noite de todos nós.
Ofereço-te o azul dos oceanos, dos rios, dos lagos, das lágrimas das saudades que muitas vezes ainda choro quando recordo o teu sorriso lindo.
Dizem que o meu é igual. Será? Não sei.
Apenas sei uma coisa muito simples: Adoro-te Paizinho.
Tenho saudades tuas mas sei que, onde quer que estejas, deixaste para trás todo o sofrimento. Espero que alcances a luz e que, um dia, te orgulhes muito, mas mesmo muito de mim.
Feliz Dia do Pai.
Um beijinho da filha que te ama muito,
Rosália, 19/03/2007
Os meus cantinhos