Manhã primaveril, ainda um pouco cedo para um fim-de-semana que se adivinha um pouco agitado. Sob um límpido céu azul, desfrutando o calor de um sol radioso, sinto na pele as carícias irrequietas da brisa que teima em brincar ao sabor de correntes leves e indefinidas. prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
É num instante assim que os meus olhos encontram os teus e descubro um novo mundo de afectos e sensações que nunca havia vivido. Dás-me a conhecer toda uma nova perspectiva, entre o caos e a harmonia. Fazes-me crescer e querer ser melhor.
Sinto a empatia mútua, o interesse comum, o encanto que nos transmitimos, a vontade e o desejo enorme de estarmos juntos uma outra vez além da última.
Aprecio cada segundo que me é permitido passar junto a ti, tentando reter cada instante na minha memória, gravando o calor de um novo sentimento, maior e mais forte, indefinido mas seguro, que cresce e se fortalece dentro de mim.
Manhã de Inverno, perdida entre o cinzento que teima em perdurar e escurecer o céu que procura, em vão, alguma luminosidade. Sob as nuvens pesadas de chumbo da chuva que não cai ainda, perco-me no infinito de não saber como ou para onde dirigir agora os meus passos.
É num momento assim que busco refúgio no meu abrigo de eleição, junto ao mar revolto e ao ruído quase ensurdecedor das ondas que se erguem, revoltas, antes de embaterem violentamente, à imagem de toda a mágoa e angústia que sinto dentro de mim, contra as sólidas e ainda assim impotentes rochas que firmam as escarpas da falésia há tanto tempo familiar aos meus sentidos.
Relembro cada segundo que me foi permitido passar junto a ti, tentando esquecer cada instante guardado na minha memória, apagar o calor de um sentimento que morre lentamente, definido mas inseguro, que diminui e enfraquece dentro de mim.
Sei que seria o melhor para mim, mas não consigo esquecer e muito menos apagar da minha memória e do meu corpo os momentos vividos a teu lado. Tenho saudades tuas. Muitas. Imensas.
Sei que o melhor é esquecer-te e prosseguir.
Continuo.
Não te esqueço.
Rosália, 28/02/2007
Os meus cantinhos