Quem me conhece sabe que não gosto nada de gatos... sou absolutamente "louca" por eles! Desde sempre gostei de animais, mas tirando algumas aves e certos peixes (os últimos com tendências suicidas... encontrávamo-los mortos no meio do chão da cozinha), nunca me foi permitido ter um companheiro "de quatro patas".
Consta-se que ainda pequena me agarrava a todos os bichinhos, especialmente a cães e pedia aos meus pais para os trazer para casa... Nada feito. A minha mãe recusava-se vivamente a ter um cão dentro de um apartamento de três assoalhadas (e fazia ela muito bem, pois as condições para o pobre animal não seriam mínimas, dado o pouco espaço e a única varanda ser muito fria e desabrigada) e não gostava de gatos. Bem... não era não gostar... Não se entendiam, pronto.
Tudo piorou depois de apanhar um grande susto com um enorme Lobo de Alsácia (um bocadinho maior do que um pastor alemão e mais peludo) que, querendo brincar com aquela menina gorducha e pequenina que ia a passar ao pé do portão da vivenda onde ele morava, decidiu encurralar-me no meio das suas patas, através do gradeamento, enquanto ladrava furiosa e ruidosamente. Só me lembro de duas coisas: de estar no alto do colo da minha avó, agarrada a ela, a chorar baba e ranho, cheinha de medo; da dona do Zuki (era este o nome do canzarrão... no fim doce e meigo que só ele!) vir ao pé de nós, pedir desculpas e abrir o portão para mostrar que ele não fazia mal.
Jà naquele tempo (há uns vinte e poucos anos atrás) havia uns meninos maus que, no caminho da escola, costumavam atirar pedras ao animal e ele começou a reagir mal a quem passava muito rente ao portão. Acreditem ou não, a partir desse dia, ganhei pavor aos cães, chegando mesmo a mudar de passeio ou caminho se algum se cruzasse no meu caminho... grande ou pequeno, não importava. O único de quem nunca tive medo foi do Zuki, que morreu já muito velhinho e não mais tornou a ladrar-me, vindo sempre até ao portão para, ao longo do meu crescimento, me lamber a mão e depois os dedos (conforme eu ia crescendo, o espaço para enfiar os ditos entre o gradeamento escasseava ;) ). Era o que pode chamar-se de bom gigante, pois apesar do tamanho revelou-se de uma ternura irresistível.
A vida dá muitas voltas... Depois de perder o meu pai, mudámos para casa dos meus avós, no apartamento ao lado :). Tínhamos mais uma divisão, é certo, e duas varandas em vez de uma (uma delas foi posteriormente transformada em marquise), mas continuei a não ter ordem de possuir cão ou gato. A casa rapidamente ficou muito cheia, com a mobília de dois apartamentos confinada a apenas um.
Ainda assim, confesso que não me posso queixar muito: O papagaio que havia sido da minha mãe quando ela era pequena veio viver connosco por uns tempos. Chamava-se Zé Carioca, era verde e tinha penas amarelas e encarnadas nas asas, gritava o nome da minha avó e do meu padrinho e trepava pelo meu braço. Depois de uma temporada, voltou para casa dos meus padrinhos (que tinham quintal), porque dava algum trabalho e com a doença da minha avó as coisas ficaram complicadas por aqui... Afinal, o animal não tinha culpa e havia um sítio (onde já tinha vivido) onde decerto ficaria melhor. O velhinho Zé Carioca morreu há quatro anos, com mais de 50 anos de idade, e nunca deixou de chamar pela minha avó...
Algum tempo e mais umas tantas perdas depois, fiquei só com o meu avô. Quis o destino que alguém abandonasse uma gatinha preta com apenas duas semanas de vida e muito doentinha à porta de uma amiga e colega de trabalho... Surgia assim a Brida na minha vida. Podem saber mais sobre ela aqui.
Desde o dia em que ela cruzou a soleira da minha porta que a minha vida mudou para sempre. Hoje a lotação está esgotada, estando o espaço aqui de casa (muito mais amplos depois de umas quantas escolhas e remodelações... que ainda não acabaram!) dividido por sete bichanos, apenas dois com duas patas ;))). O hóspede mais recente e inesperado chegou em meados de Novembro do ano passado e foi a minha prenda de anos atrasada. É um terrorista, mas que tem tanto de traquinas como de meigo e conquista-nos à primeira "turra" ou gracinha.
"Afinal, qual será o objectivo deste post?", perguntarão. Eu sei, como sempre escrevo muito ;)...
Intitulei este post Porque os aniimais são nossos amigos... porque (passe a repetição) hoje adicionei finalmente alguns links novos ao meu cantinho. Assim, do vosso lado esquerdo, em baixo, encontrarão o destaque Blogs Amigos dos Animais; destes links, uns são blogs, outros sites, possuindo todos eles em comum a defesa dos direitos dos animais, que infelizmente não têm voz para se defender num mundo cada vez mais cruel (se o é para nós, então para eles...). Em alguns, podem encontrar apelos, anúncios, relatos...
Sei que o tempo hoje em dia é algo precioso e que urge aproveitar... Para estas vidas de que aqui falo, também o é. Sinto-o sempre que olho para os meus "meninos", que felizmente têm donos que lhes querem muito e tentam fazer tudo o que podem para que nada lhes falte... hoje e sempre, especialmente agora que tanto frio faz lá fora.
Por isso, peço-vos: Dêem um pouco de vós, arranjem um espacinho nessa vossa agenda sempre tão apertada e preenchida (nem que sejam "só" cinco minutos) e visitem cada um destes cantinhos atempadamente, especialmente aqueles que visam ajudar animais menos afortunados do que os meus ou os vossos.
Neste momento, é-me impossível, por razões várias, mas acima de tudo por uma questão de espaço e a posse de um mínimo de condições para todos, acolher ou adoptar mais algum animal. Não posso ainda ajudar de outras formas (talvez um dia; se me sair o Euromilhões, é já amanhã!), mas lembrei-me de fazê-lo assim: Por favor, leiam e divulguem. De Norte a Sul, há sempre uma mão amiga ou um gesto solidário que podem fazer a diferença.
Não nos custa nada... Afinal, esta blogosfera é tão grande... E os animais, esses, retribuem-nos quando menos esperamos e das formas mais incríveis. Como costumo dizer, há animais que têm mais de humanidade do que certas pessoas.
Fiquem bem e bom fim-de-semana :*)))
PS: Só uma curiosidade... Não, ainda não perdi completamente o medo dos cães, mas trago dois no coração - o Bobby (da minha sogra), que é um matulão enérgico, ladra que se farta, é maluco mas supermeiguinho e companheiro; e o Rocky, um Serra d'Aire/cão de água, da minha "mana emprestada", que ela e o marido acolheram e é um cão "cinco estrelas", sempre enérgico e bem-disposto.
Os meus cantinhos