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Subo as escadas lentamente. A cada passo o latejar da cabeça acentua-se, a tontura faz-me vacilar. "Coragem", penso, "só mais um pouco e já chegaste". Sinto o metal frio da chave na minha mão, enquanto a empunho e direcciono-a para a fechadura; rodo até ouvir e sentir o movimento do destrancar final. Empurro lentamente a porta. Saúdo os meus "meninos", que de imediato me rodeiam, como que perguntando o que faço em casa a estas horas. Arrumo as coisas mais imediatas, trato de mim e visto o pijama. Recebo a visita rápida mas muito bem-vinda de um amigo preocupado e, depois de um telefonema, fico a saber que o meu amor ficou retido por um trabalho de úlima hora. Fico só, mas bem acompanhada. Não consigo recordar a última vez que fiquei assim no meu cantinho... Preparo um lanche rápido, ajeito as almofadas do sofá e coloco tudo ao alcance mais imediato. Sento-me e encosto-me. Cubro-me com as mantas e logo, logo chega a companhia, que se vai aninhando nos meus pés, nas minhas pernas e no meu regaço. Para onde quer que olhe ou me vire, lá está alguém que não me deixa esmorecer, ainda que seja um alguém de quatro patas e muito pêlo... quentinho por sinal. Aqueço as mãos na caneca fumegante. Termino o breve repasto... Inspiro e relaxo. O aconchego do calorzinho da bebida e dos reguilas surte um efeito mais do que bom de conforto... Melhor do que tudo isto, só mesmo quando o meu amor chegar ;). Aà sim, tudo estará perfeito! Vou fazer uma pausa, uma breve pausa... Beijos*** e boa semana!  Rosália :*)
Estou em casa.
Hoje não houve trânsito, nem dificuldade para estacionar. Hoje não fiz o exercÃcio de reconhecimento de famÃlias tipológicas. Hoje não fui à s aulas. Sinto um peso enorme por faltar, mas não conseguiria conduzir em segurança de olhos semicerrados e latejar na cabeça contÃnuo. Vim para o meu cantinho, o meu refúgio...
Os meus cantinhos