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Não existem erros. Os acontecimentos que atraímos a nós, por mais desagradáveis que sejam, são necessários para aprendermos o que necessitamos de aprender. Todos os passos que damos são necessários para chegarmos aonde escolhemos chegar.
Richard Bach in A Ponte para a Eternidade
Muitas vezes interrogo-me sobre o que seria de mim e da minha vida se certas coisas e determinados acontecimentos não tivessem tido lugar na mesma. Pergunto-me que pessoa seria, o que teria acontecido a muitas conquistas e outras tantas derrotas. Certo e sabido é que, quase sempre, acabo por desistir. Afinal, que sentido faz mitigar no passado se é viver o presente e preparar o futuro que, de facto, importa?
Ainda assim, momentos há em que não consigo deixar de pensar, acima de tudo, nas pessoas que cruzaram o meu caminho até ao dia de hoje. Como será compreensível, detenho-me com algum vagar na recordação dos amigos, em especial daqueles que, por uma razão ou outra, se encontram mais próximos, em distância ou, acima de tudo, naqueles cantinhos do meu coração que se encontram guardados com direito a exclusividade. Quando as duas situações se conjugam... perfeito!
Creio não errar ao dizer que, se não te tivesse conhecido, provavelmente a minha vida não seria aquela que conheço e procuro, hoje, aproveitar ao máximo.
Não escondo nem nego, perante nada nem ninguém, como foi bom teres entrado de rompante no meu mundo, abalando-o e trazendo-lhe vida, libertando-me de tantas coisas, desamarrando as grilhetas que me mantinham atida a conceitos e normas sem sentido algum nos dias que correm. Acima de tudo, fizeste-me crescer e revelar-me a mim mesma.
Não é segredo algum que muitas vezes questiono a forma como o levaste a cabo, censurando muitas das tuas atitudes, por achá-las excessivas. Não nego a necessidade das mesmas, mas convenhamos que, como dizia o outro, não havia nechechidade... para tanto. Fizeste-me chorar muito, gritar, insurgir-me, revoltar-me. Alturas houve em que ai de ti que te atravessasses no meu caminho!
O Mundo dá muitas voltas e eu que o diga. Em poucos anos a minha vida sofreu transformações profundas e nestes últimos quatro nem se fala. Passei de menina a mulher, de sombra apagada e escondida a figura de proa e liderante num projecto chamado vida, aquela que, afinal, é minha e eu pensava ser dos e para os outros.
Pode dizer-se que acordei tarde, mas creio que foi o melhor despertar, pois tomei consciência da realidade que me e nos rodeia. Ao reflectir (e muito, não tenhamos dúvidas), constatei que o fiz também por tua causa, por todos os teus gestos e atitudes que, conjugados com os restantes de todos quanto me rodeavam (especialmente da nossa Lili), começaram a dar os seus frutos.
Sei que, sem ti, provavelmente nunca teria encontrado o verdadeiro Amor, não teria sido capaz de dominar muitos dos meus medos e, quem sabe, ultrapassar tantos outros obstáculos.
A nossa relação sempre teve muito de cão e gato, que tanto gosto de traduzir sob forma de não posso viver contigo, mas não posso viver sem ti (lembras-te da música dos Queen?), mas talvez seja por isso que, ainda hoje e cada vez mais, nos damos tão bem e temos uma amizade tão cheia de cumplicidade e entendimento mútuo.
Contigo aprendi (e ainda aprendo) muito. Procuro também ensinar-te algo, mas acho que é esse mesmo o segredo: o de descobrirmos que a escola da vida e da nossa amizade é a melhor de todas.
Sei que, se calhar, não terás a paciência de ler este texto até ao fim, pois, como fazes questão de afirmar, eu escrevo bué. Sim, é um facto. Defeito ou virtude, desconheço.
Há tanto mais que fica por dizer quando se pretende falar de alguém tão especial, com um coração tão grande como o teu (espero que consigas encontrar a chave para o mesmo um dia destes e, lentamente, vás abrindo a porta), com uma capacidade de ouvir que, quando devidamente sintonizada, é excelente, com as palavras certas na altura adequada.
Como sabes, o Paulo e eu completamos agora dois anos e seis meses de vida em comum. Sem ti nunca nos teríamos conhecido. São também do teu conhecimento todas as peripécias que nos têm atormentado nos últimos tempos, algumas de difícil superação. Porém, foste dos poucos que manteve a sua fé em nós e, de uma forma ou de outra, soubeste dirigir os nossos passos na direcção certa, para que, hoje, ainda aqui estivéssemos.
Confesso que há já algum tempo engendrava escrever algo do género, como também já o fiz para a minha vechia sorella, quase no início. Quem sabe foi a gripe (mas não das aves, felizmente!) que me inspirou...
Espero que perdoes o roubo do nome do teu blog (tardaste mas, enfim, juntaste-te a este nosso mundo) para o título deste post, mas que melhor forma teria de me fazer entender do que esta?
Por último, uma referência: A citação acima é algo que considero comum a ambos, às nossas vidas e, acima de tudo, à nossa amizade. Será que estamos de acordo?
Espero sabê-lo em breve.
Fica bem...
Rosália :*)
Os meus cantinhos