Este é o meu refúgio, o meu abrigo. Aqui espelho o meu eu, sob a forma dos meus pensamentos feitos palavras...
Quarta-feira, 9 de Fevereiro de 2005
Despertar
Lentamente, começo a ganhar consciência de mim.
Mexo-me devagar e, ainda de olhos fechados, os sons que me rodeiam ganham uma intensidade mais nítida e clara.
O Merlim começa a miar mais alto, consciente do meu acordar. Uma onda de mimos e brincadeiras se adivinha. Nos meus pés, sinto o peso e o calor dos corpos da Brida e dos pequeninos. Quando me mexo, também eles manifestam que sentem o despertar do novo dia que chega.
Por entre os lençóis onde me escondo do frio, vislumbro um pequeno focinho preto, com uma mancha e um bigode branco, que espreita, curioso.
De repente, uma pata não maior do que o meu polegar roça a minha face e um nariz húmido toca o meu. O Pantufinhas gosta sempre de dar o seu bom-dia de uma forma que só ele sabe.
O meu corpo move-se lentamente, enquanto a sensação de dormência inerente ao sono se esvanece por entre sonhos esquecidos da noite que passou.
Abro os olhos e vejo o reflexo da manhã que desponta na parede e nas portas do roupeiro. Mais um dia de sol que se anuncia assim, envergonhado, tímido...
Ao meu lado, o calor do teu corpo torna-se mais presente. Sinto-te ainda meio adormecida. Apesar de estares de costas para mim, a distância que nos separa não chega a um palmo.
Tocam os despertadores e desligamo-los. Então, apesar de ambos termos acordado para este novo dia há já alguns momentos, viramo-nos um para o outro e vejo, pela primeira vez no dia que agora começa, o teu rosto lindo, o teu cabelo desalinhado e o teu sorriso.
Se soubesses como adoro o teu sorriso, que se espalha dos teus lábios aos teus olhos, imerso por entre um mar de carinho e ternura que só tu consegues transmitir assim, com a mais pura serenidade.
Trocamos algumas palavras. Falamos da vontade de permanecer aqui, deitados lado a lado.
Abraço-te e sinto o teu corpo quente colado ao meu. Não resisto a tocar o teu rosto e acariciá-lo. És tão... lindo, puro, belo. O que dizer do homem que amo?
Não me apetece levantar, tomar banho, vestir, sair para o trabalho.
Não me apetece fazer nada a não ser ficar aqui, contigo, ao teu lado, neste doce e abençoado despertar que encontro assim, todos os dias, à minha espera, e me faz sentir, quem sabe insensatamente, a pessoa mais feliz do Mundo.
Amo-te...
Afinal, o que mais importa além disso?
Rosália
De
aflores a 9 de Fevereiro de 2005 às 10:12
Este é um despertar que me leva para a rua de mãos nos bolsos, assobiando a melodia que adoro, com um sorriso e brilhozinho nos olhos...e venham daí os problemas do dia a dia que eu cá estou :):)
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