... assim estás tu, na luta contra uma doença maldita que parece não largar nem humanos, nem animais.
Tens sido um guerreiro, suportando estoicamente a medicação e as "maldades", demonstrando um espírito aguerrido e amante da vida.
Por isso me custa tanto ver-te assim, inerte, como que soçobrando e entregando o estandarte ao adversário.
Não quero que desistas, não agora que estavas a recuperar tão bem.
Depois de uma vida de sofrimento e maus tratos, de seres sovado para não comeres, de estares coberto de feridas... encontraste aqui o teu refúgio. Aprendeste a confiar novamente, a brincar com os "manos" cá de casa, engordaste e o teu pêlo ganhou um brilho lindo, deixando esquecido num cantinho da memória o tom baço e o toque àspero da palha-de-aço.
Agora isto, este malvado linfoma que te sugou novamente as forças e te minou fisicamente. Não é justo.
Há lutas que, sei-o bem, são inglórias, mas não deixam de doer e atormentar a alma.
Aguenta-te meu doce... só mais um pouco.
Também eu começo a estar como tu...
Por um fio...
Rosália, 19/04/2009
Os meus cantinhos