Foi um choque voltar a este cantinho que, confesso, tenho deixado ao abandono nos últimos meses.
Quase seis, a bem da verdade. Meio ano. Tanto, tanto tempo e tanta coisa que se passou desde então.
Acontecimentos bons, maus e assim-assim, reflexos da vida de qualquer pessoa e a minha não é, de todo, diferente. Apenas minha.
Já me questionaram porque deixei de escrever, porque deixei o blog de lado e, a bem da verdade, não há uma razão de ser que o justifique. Ou será que o deixar-me absorver pelo que acontece em meu redor, na minha vida, aos meus e aos nossos, o pode fazer?
Tempos de incerteza, estes, pontuados por uma vontade que também tem o seu quê de dúbio e paradoxal: Se, por um lado, me apetece isolar de tudo e todos, até mesmo do mundo, e ficar no meu canto, por outro, apetece-me partilhar o que por aqui vai (dentro de mim), em busca de um diálogo (embora creia que, sem leitores, será mais um monólogo... e bem merecido, não tenho dúvidas) que me permita alcançar alguma paz e serenidade, quando as mesmas escasseiam.
Sinto falta da inspiração, das letras que digitava quase sem pensar, formando as palavras que quase me afogavam o pensamento de tão céleres, numa cadência semelhante à do embater das ondas na costa em dia de mar revolto e tempestuoso.
Sinto falta deste espaço e não sei como o reavivar, reanimar, preencher.
Só sei que não o quero deixar morrer, não quero mais uma perda de mim.
Espero voltar. Neste momento, apenas consigo esperar.
Rosália.
Os meus cantinhos