Após este título, não será por demais difícil ou trabalhoso averiguar qual o livro de que vos falei aqui e que tanto me tem entusiasmado. Ou será? Veremos...
Desde que me lembro de mim, os livros sempre fizeram parte da minha vida, sendo, em determinada altura, parte indissociável da mesma. O período de leitura nocturno era A regra. Depois, comecei a trabalhar e aquela, rápida e tristemente, passou a excepção, mormente porque a própria profissão a isso conduziu.
Como quase todos os que por aqui passam sabem (os outros ficam a saber), sou revisora editorial e gráfica (também desempenho algumas funções na área de edição). Adoro o meu trabalho, em especial desde que o faço junto do departamento de livros da empresa onde exerço funções.
Embora nem sempre concorde (quase sempre, a bem da verdade) com o processo de trabalho que ali foi instituído, tento superar todas as contrariedades alicerçando-me em dois pontos muito importantes para mim: (1) Tenho trabalho (nos dias de hoje...); (2) Tenho a sorte de poder fazer aquilo de que gosto (não de todo, mas em grande parte) numa área que sempre me fascinou e sobre a qual gostaria de aprender até ao fim dos meus dias.
Contudo, ao fim de um dia de trabalho, confesso que o cansaço de passar as horas anteriores envolta num sem-fim de caracteres, nem sempre muito ordenados, deixa-me com pouca aptidão ou uma vontade quase nula de dedicar a minha atenção a outros tantos, embora de natureza diferente e alvo de cuidados diversos.
Há algum tempo, falei-vos desta minha paixão por livros e pelo manuseio dos mesmo, despertada por uma leitura memorável, que então me deixara rendida (lembram-se disto?). Hoje, a minha fúria é outra e dá por este nome...
6AYHAS1HA8RU
Este romance foi revisto por um dos primeiros operacionais da Al-Qaeda." in Gradiva
Um casal amigo, a quem muito estimo, teve a enorme gentileza de me oferecer um exemplar por ocasião do meu último aniversário. Não poderiam ter escolhido melhor!
Não conhecia, de todo, a escrita do autor, tanto em termos de estrutura como de vocabulário. Andava, há já algum tempo, a “namorar” alguns dos títulos da sua autoria, mas ainda não tivera a oportunidade de me deleitar com qualquer deles.
Assim, deparar-me com um discurso fluido e simples, até mesmo nas suas enumerações e acepções mais sinuosas ou, quiçá, intrigantes; uma estrura bem delineada, simples e cativante; um texto fácil, mas complexo em toda a sua riqueza, destacando-se um cômputo de informação cuja abrangência nos deixa, ao reflectirmos na mesma, quase literalmente esmagados... é ter perante mim o livro ideal, aquele que me distrai mas com o qual tenho a oportunidade de enriquecer-me. Essa é uma mais-valia ímpar da escrita de José Rodrigues dos Santos, que só agora descobri.
Diz-se que “vale mais tarde do que nunca” e talvez seja verdade. Como tal, espero ter oportunidade para, uma vez concluída esta leitura, desvendar os restantes volumes deste autor.
Os meus cantinhos