"Cada doido com sua mania." Ditado popular, provérbio ou simplesmente cliché, esta frase sempre foi dita e escutada cá por casa. Como quem sai aos seus não degenera (ou se calhar até sim), pois que também tenho algumas manias... e a que mais comentários suscita e mais piadinhas arrecada é, sem dúvida, a que diz respeito às molas da roupa.
Sim, podia ser por eu lavar a louça sempre pela mesma ordem (primeiro os copos, depois os pratos, depois os plásticos e/ou tachos e só no fim os talheres), ou por gostar de, ao pôr a mesa, ter sempre uma disposição harmoniosa do que por lá está (centrar os motivos, arranjar os guardanapos sempre dobrados da mesma maneira, colocar as facas sempre com os gumes virados para dentro...), ou por ser incapaz de ir tirando peças da máquina de lavar roupa e estendendo logo (tenho de tirar tudo para um alguidar e separar tudo por camisas, camisolas, roupa interior, peças grandes, peças pequenas...) ou, por, simplesmente, gostar de fazer as coisas à minha maneira e detestar que me "troquem as voltas"... Podia ser por tudo isto e muito mais. Pois podia, mas não é!
Cá em casa há uma solene embirração jocosa com a mania das molas da roupa: os pares (trios, no caso de peças maiores ou de dias mais ventosos) têm de ter as peças todas da mesma cor. Uma mola amarela emparelhada com uma mola azul? Uma mola verde com uma vermelha? Cruzes, credo (não quero ofender os canhotos, está bem?)!
Cá em casa, a roupa é estendida por ordem mas, o mais importante de tudo, com molas iguaizinhas, da mesma cor e, as mais antigas, queimadas pelo sol por igual!
Manias? Tenho algumas... mas ninguém me bate com as molas da roupa! (O que equivale a dizer que quem a estende sou quase sempre eu ou corremos sérios riscos de fazer "muito barulho por nada" (W. Shakespeare).
PS: É nisto que dá estar com insónias, em frente a um computador, à uma da matina e toda dorida de mais uma sessão fabulosa (ao contrário) de falta de ar e afonia (regressei hoje ao trabalho, impecável e supostamente curada... meia hora depois de estar a conviver com o ar condicionado, perdi a voz! Tão bom, não é? Vai na volta, ainda dizem que é mania, isto de querer ir trabalhar e não me deixarem...).
Os meus cantinhos